A revelação do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que confessou ter entrado armado no STF para matar o ministro Gilmar Mendes, chocou membros do Judiciário e MP.
O caso inverte a posição de Gilmar Mendes, que passou de vilão a vítima.
Não se iludam: não existe apenas preto e branco, há o cinza entre eles.
O comportamento de Janot foi incompatível com o alto cargo que ocupava, inadmissível. Mas nem por isso GM é o 'santo' que tenta aparentar.
Os patrocínios da Itaipu para a instituição de ensino da qual é sócio, o IDP, não foram apurados e ele é alvo de pedido de impeachment (engavetado por Davi Alcolumbre) no Senado.
O inquérito usado por Alexandre de Moraes para ordenar a busca e apreensão na casa e escritório de Janot são ilegais. A PGR já determinou seu arquivamento, mas autoritariamente e em desobediência à legislação, o ministro Alexandre de Moraes o mantém aberto. O Supremo não pode ser acusador, vítima e juiz simultaneamente. Cabe ao MP investigar e ao juízes e ministros julgarem. Esta anomalia no STF, criada por seu presidente, Dias Toffoli, é uma afronta à lei e configura abuso de poder.
Não podemos embarcar no jogo midiático dos que defendem abusos, seja do MP, seja do Judiciário. Neste caso, ambos são reprováveis e o quase assassinato passional que passou pela cabeça de Janot, quanto os abusos de Gilmar Mendes precisam ser igualmente investigados. O Supremo não pode estar acima da Lei, nem o MPF.
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